Suplementação estratégica de bovinos em pastagem

A estratégia de suplementação, especialmente durante períodos de seca, quando conduzida adequadamente, pode reverter a perda de peso dos animais para ganhos moderados ou, pelo menos, manter o peso.

Quando as condições são favoráveis, especialmente em termos econômicos, considerar suplementações mais intensivas para alcançar maiores ganhos de peso pode ser vantajoso, dependendo dos objetivos do produtor. Os principais fatores que influenciam essa decisão geralmente incluem o preço de venda dos animais, o custo dos grãos e a disponibilidade de forragem.

 

A suplementação de bovinos de corte em pastagens apresenta aspectos básicos que devem ser considerados para aprimorar sua eficácia dentro do sistema produtivo:

 

1.A suplementação pode ser aplicada em qualquer época do ano, mas a resposta mais eficaz é a da suplementação estratégica durante a seca, pois corrige a deficiência primária de proteína das pastagens, permitindo que os animais aumentem o consumo de forragem de baixa qualidade. Um aumento no consumo e uma melhor utilização dos nutrientes da forragem resultam em melhorias em vários indicadores zootécnicos, especialmente no ganho de peso e nas taxas de concepção.

2.É crucial que haja uma quantidade adequada de forragem para que a suplementação durante a seca tenha o efeito desejado. Portanto, recomenda-se o diferimento (também chamado de vedação) das pastagens antes do período seco para maximizar o acúmulo de forragem. Diferimento refere-se à remoção dos animais de uma área para permitir o crescimento livre e o acúmulo de capim. De maneira geral, é recomendado que as pastagens tenham entre 4 a 6 toneladas de matéria seca por hectare no início da estação seca. No Brasil Central, por exemplo, onde a estação seca ocorre de maio a setembro, uma abordagem é vedar um terço das pastagens em fevereiro e dois terços em março para uso posterior entre junho-julho e agosto-setembro, respectivamente, garantindo massa de forragem adequada para os animais suplementados durante todo o período seco.

3.É fundamental proporcionar conforto aos animais. No contexto da suplementação, é importante considerar a disponibilidade de espaço no cocho, ou seja, quantos centímetros lineares estão disponíveis por animal. Além de evitar o estresse por competição, garantir acesso fácil ao cocho para todos os animais tem um impacto positivo no consumo do suplemento e, especialmente, na uniformidade do consumo pelo lote, melhorando seu desempenho final.

4.Os desempenhos em termos de ganho de peso para cada fase de vida do animal (primeira estação de águas, primeira estação seca, segunda estação de águas, segunda estação seca, etc.) devem ser preferencialmente progressivos.

5.Os níveis de inclusão ou quantidade de suplemento por animal podem variar, e a escolha deve ser baseada nos custos do suplemento e da arroba, bem como nos objetivos do produtor.

6.É importante observar que a eficiência do suplemento diminui à medida que a quantidade fornecida ao animal aumenta. Isso significa que o segundo quilo de suplemento não resulta no mesmo ganho de peso que o primeiro quilo proporcionou. Por exemplo, se 1 kg de suplemento resultou em um ganho de peso de 300 g/dia, é improvável que o fornecimento de 2 kg de suplemento resulte em um ganho de 600 g/dia. Independentemente da escolha do produtor, é crucial estar ciente dessas informações e sempre considerar a relação custo-benefício da suplementação.

 

A prática da classificação e tipificação de carcaças foi estabelecida em 1989 e regulamentada pelo MAPA por meio da portaria 612 do mesmo ano. Esse marco permitiu que a indústria brasileira avaliasse os padrões dos animais recebidos de forma padronizada.

Representando um avanço significativo para a pecuária nacional, o uso eficiente e análise aprofundada dessa ferramenta podem gerar vantagens substanciais tanto no âmbito da fazenda quanto no da indústria e varejo.

A classificação de carcaças permite a agrupagem de produtos com características semelhantes, enquanto a tipificação diferencia esses grupos de acordo com tipos ou padrões predefinidos.

O nível de acabamento da carcaça tornou-se um critério crucial na terminação dos animais. Uma carcaça bem acabada oferece proteção contra o escurecimento e endurecimento da carne durante o resfriamento na câmara frigorífica, graças à presença de gordura subcutânea.

No ambiente do frigorífico, a tipificação da carcaça pode ser determinada com base na espessura da gordura subcutânea na região do lombo (EGS), utilizando um sistema de escores de acabamento:

 

 

Escassa: 1(-), 2(0) e 3(+) mm de EGS

Mediana: 4, 5 e 6 mm de EGS

Uniforme: 7, 8, 9 e 10 mm de EGS

Excessiva: > 10 mm de EGS

Os escores de gordura desejados são os medianos e uniformes, com a gordura escassa (+3 mm de EGS) sendo também aceitável. Destaca-se que a produção de carcaças com esses níveis de acabamento, apesar de demandar investimento adicional, é crucial para o setor de produção de carne bovina devido aos benefícios diretos e indiretos para os produtores, incluindo a melhoria da qualidade da carne.